10/11/2021 às 18:30

Entrevista com Marcelo Barbosa: Fabio Lione, Almah, Khallice e mais!

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Marcelo Barbosa é empresário, guitarrista, professor e vive o auge de sua vitoriosa carreira. Conversei com o guitarrista do Angra sobre sua nova turnê acústica ao lado de Fabio Lione e também sobre sua trajetória. Falamos sobre os 10 anos de "Motion" (Almah), os 25 anos do Khallice, além de sua vida de empreendedor! Boa leitura!!

Gustavo Maiato: Obrigado por aceitar o convite para essa entrevista! Marcelo, como anda a vida nesse período “quase” pós-pandemia? Como você lidou com essa situação difícil que assolou o mundo e que lições tirou desse confinamento?

Marcelo Barbosa: Precisei fazer muitas adaptações. Sou empresário além de músico, sou dono de uma escola de música e dou muitas aulas. A vantagem foi a possibilidade de dar aulas on-line. Fizemos uma adaptação muito rápida, porque não sabíamos inicialmente se a pandemia duraria 1, 2 ou 6 meses.

Isso foi uma decisão acertada, então conseguimos continuar trabalhando. Agora, infelizmente não houve shows nesse período. Só tocando em casa! Algo mais intimista. Por isso essa retomada com os shows acústicos com o Fabio Lione vai ser tão importante! Será o momento de estar de volta aos palcos do Brasil!


Gustavo Maiato: Agora, finalmente, as coisas estão melhorando! Qual a expectativa para essa série de shows com Fabio Lione tocando clássicos do Angra, Rhapsody e do rock em geral?

Marcelo Barbosa: A expectativa é excelente! Estamos recebendo muitas mensagens de pessoas do Brasil inteiro, dos lugares por onde a turnê vai passar. Todos estão muito animados. Assim como nós artistas estamos ansiosos por essa retomada, o público também. Todos estão sedentos por ouvir seus músicos favoritos, curtir um bom show e ter esse momento de confraternização. Nunca fizemos uma turnê nesse formato, então será especial!

Gustavo Maiato: Vocês vão tocar músicas do Rhapsody, antiga banda do Fabio Lione. Imagino que você tenha precisado ouvir bastante as músicas do Rhapsody para essa turnê. Qual sua relação com a banda e como está sendo a experiência de se relacionar com essas músicas? Poderia dar um “spoiler” de uma música que estará presente?

Marcelo Barbosa: Tem sido muito legal ter contato com esse repertório novo. Eu conheço o Rhapsody já tem muitos anos, mas não é algo que eu fique sempre ouvindo. Está sendo muito bom revisitar essas músicas, ouvir a voz do Fabio em outra perspectiva, depois de ter tocado com ele tanto tempo em tantos shows. Sem dúvida, é uma banda icônica. Estamos transformando os arranjos para o acústico, então tem outro clima! A “Wings of Destiny” está no repertório!



Gustavo Maiato: Esse ano, o clássico “Motion” do Almah completa 10 anos! Parabéns pela gravação e pelo sucesso do álbum! Qual a importância desse disco na sua vida e quais memórias você tem dessa época?

Marcelo Barbosa: Já tem uma década do “Motion”! Eu sempre falo que tenho muito orgulho dessa banda. É um privilégio ter participado de tantos discos com o Almah. Foram quatro lançados ao longo de muitos anos tocando junto. Eu acredito que o Almah tenha sido uma experiência muito agregadora para todos os envolvidos. Todos aprendemos muito como seres humanos, como músicos. A experiência da produção nos preparou para nos tornarmos os artistas que somos hoje.

Gustavo Maiato: Esse ano, também completamos 25 anos desde o lançamento de “Prophecy”, primeira demo de sua antiga banda Khallice. Como você analisa esse início da sua carreira? Qual a importância desse registro?

Marcelo Barbosa: Nossa, que legal você falar dessa demo! Ela foi gravada pelo saudoso Mário Linhares, ex-vocalista do Dark Avenger, que faleceu uns anos atrás prematuramente. Foi um momento muito legal, de muito aprendizado também. É muito interessante porque eu tinha 21 anos quando gravamos essa demo. Elas foram compostas uns 3 anos antes. Eu diria que eu tinha uns 18 anos quando compus.

É um puta orgulho, porque quando eu ouço, não parece um som de uma banda com integrantes dessa faixa etária, sabe? Me parece algo maduro. Algo maturado ali. Não vejo muitas bandas com pessoas nessa idade com um trabalho tão conciso e profissional quanto a gente naquela época. Tenho muito orgulho do Khallice, vejo sempre depoimentos das pessoas que estavam sempre nos shows e curtiram esse momento.

Gustavo Maiato: O quadro “reacteaching” do seu canal de YouTube faz muito sucesso! Como surgiu a ideia para esse formato?

Marcelo Barbosa: Esse quadro foi uma super bola dentro! Foi algo despretensioso. Na época, estava na moda esses vídeos de “react”. Acho que ainda está na moda, na verdade. As pessoas falavam para eu fazer esse tipo de conteúdo, mas eu não queria fazer um react padrão. Ficar ouvindo a música e comentando se achou legal ou não.

Acabei indo por um caminho mais didático. Além de ouvir a música e comentar as impressões, resolvi explicar um pouco em termos de produção, em termos harmônicos, de escolhas de notas e escalas. Tudo que eu consigo perceber, não só na guitarra, mas nos outros instrumentos. Acabou virando uma série bastante vista, justamente porque tem muita informação ali e pela forma descontraída que eu tento explicar.

Gustavo Maiato: Você é dono da MB Guitar Academy, uma escola de música muito bem conceituada. Quais dicas você daria para um músico que quer expandir os horizontes e não viver apenas de “tocar guitarra” e sim ir para o lado mais empresarial?

Marcelo Barbosa: Eu só desenvolvi essa consciência depois, mas para empreender e ser dono de uma empresa exige conhecimentos e habilidades diferentes. Não tem nada a ver com tocar um instrumento musical. As pessoas que pensam que vão ter uma escola de sucesso só porque tocam bem um instrumento estão equivocadas. Para isso, é preciso saber gestão de pessoas, gestão financeira, contabilidade, empreendedorismo.

São tantas as habilidades que tocar o instrumento passa a ser apenas uma delas. Eu aconselho que essa pessoa vá se preparando para isso ao longo da vida. Estude música, para ser o músico que você quer ser, mas estude essas outras habilidades para que você possa se munir de informações e possa sobreviver às dificuldades, como por exemplo essa pandemia que estamos passando agora.

Gustavo Maiato: Vamos falar um pouco sobre seu equipamento. Quais guitarras e pedais você está gostando mais de utilizar ultimamente?

Marcelo Barbosa: Hoje, tenho orgulho de dizer que sou patrocinado pela Ibanez, uma marca de guitarra que eu sempre quis ser patrocinado. É a mesma marca que patrocina meus ídolos da adolescência, como Steve Vai, Joe Satriani e Paul Gilbert. Então, uso guitarras Ibanez.

Sou patrocinado também pela Dunlop, uma marca de pedais internacional. Ao vivo, uso muito o Kemper, que é um aparelho que, além de ser um amplificador, consegue clonar o som de amplificadores famosos, seja eles quais forem. Em um único equipamento, posso ter vários sons. Para quem está em turnê, é uma mão na roda. Não precisa levar tanto peso.

Gustavo Maiato: Agora vamos falar sobre o Angra! É claro que você é um excelente guitarrista e conseguiu tocar todas as músicas da banda sem maiores problemas. Mas qual foi a música mais difícil que você precisou aprender da carreira do Angra e por que?

Marcelo Barbosa: Não sei precisar uma música que tenha sido a mais difícil, mas as mais velozes são um pouco mais complicadas. Você tem que se acostumar antes. Não que no Almah não houvesse músicas tão rápidas, mas era menos quantidade. “Spread Your Fire”, por exemplo, é muito difícil. Deu muito trabalho, não vou negar! Ao mesmo tempo, músicas com muitas partes diferentes também são desafiadoras. Não pelo lado técnico, mas porque precisa memorizar muitas músicas complexas. Tem que saber toda a harmonia, solos, timbres... A maior dificuldade foi automatizar isso tudo em tão pouco tempo.

Gustavo Maiato: Por favor, deixe uma mensagem final para seus fãs e obrigado novamente!!

Marcelo Barbosa: Fico feliz com o espaço concedido, quero mandar um abraço para todos que estão acompanhando a entrevista. Quero convidar todo mundo para essa turnê com o Fabio Lione. Um clima de acampamento, violão e voz! Vai ser legal estar com vocês! Um grande abraço e tudo de bom!

10 Nov 2021

Entrevista com Marcelo Barbosa: Fabio Lione, Almah, Khallice e mais!

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