Há mais de quatro décadas, o The Toy Dolls é uma banda reconhecida mundialmente por suas letras bem-humoradas, muitas vezes em tom de deboche, e pelo instrumental enérgico que caracteriza o cenário do punk rock.

Agora, em setembro de 2023, a banda está de volta ao Brasil com uma turnê que celebra seus 40 anos de carreira. Serão quatro apresentações, todas realizadas pela Powerline Music & Books, a mesma produtora que trouxe o trio ao país em 2018: Porto Alegre (13/09, Bar Opinião), Curitiba (15/09, CWB Hall), São Paulo (16/09, Carioca Club) e Rio de Janeiro (17/09, Agyto).

Conversei com o vocalista Michael 'Olga' Algar para saber mais sobre essa emocionante turnê. Confira!

Obrigado pela entrevista! Quão empolgado você está para encontrar os fãs brasileiros nos próximos shows? Qual é a sua conexão com o nosso país e quais memórias você guarda com carinho?

Estou incrivelmente animado com isso! Eu pensei que nunca mais voltaria, especialmente depois de toda essa questão da COVID-19. Já se passaram cerca de cinco anos. O Brasil é um lugar incrível para se divertir, e temos fãs leais que nos acompanham há muito tempo.

O The Toy Dolls está comemorando 40 anos de banda. Olhando para trás, qual foi o momento mais desafiador que vocês enfrentaram e como o superaram?

Estamos comemorando, na verdade, 43 anos agora, devido à interrupção causada pela COVID-19. O momento mais desafiador foi quando lançamos a música "Nellie the Elephant" em Londres. Ela se tornou um grande sucesso, mas perdemos muita credibilidade porque muitas crianças foram comprar o disco e todos acharam que éramos uma banda de piada. Mas continuamos fazendo turnês e reconstruímos nossa base de fãs. Ainda há pessoas que pensam que somos uma piada, mas tudo bem.

Uma das marcas registradas da banda são suas músicas bem-humoradas. Quais referências e inspirações vocês tinham nos primeiros dias para compor dessa maneira?

Temos músicas com humor, mas não se trata de comédia. Gostamos de ver o lado positivo da vida. Mesmo em situações deprimentes, sempre há uma luz no fim do túnel, e é isso que buscamos. Nossas inspirações vêm de experiências pessoais, namoradas e muitas outras coisas.

Parabéns por "Nellie the Elephant" se tornar a música mais reproduzida do The Toy Dolls no Spotify, com quase 10 milhões de reproduções! Que memórias você tem dessa música? Vocês já imaginavam que ela se tornaria um sucesso tão grande na época?

Sério? Eu não sabia! Não sou muito familiarizado com o Spotify, para ser honesto. Sabíamos que, quando a lançamos, seria algo marcante. Mas não esperávamos que tantas crianças fossem comprar o disco! [risos].

Vocês são bastante ativos no Instagram, mas vêm de uma época em que a interação com os fãs acontecia mais nos shows. Como vocês veem essa nova realidade? Existem vantagens e desvantagens?

Gosto de ser ativo nas redes sociais, sabe? Nós viemos de uma época diferente, e é um desafio para mim, pois já sou um senhor! Mas agora frequento o Twitter, o Facebook, entre outros. É bom porque é a única forma de novos fãs nos encontrarem nos dias de hoje. Existem muitas vantagens.

Além da música, você também tem um trabalho significativo com composição para comerciais. Você poderia comentar sobre qual desses trabalhos tem mais orgulho e por quê?

Fiz algumas peças comerciais que fizeram muito sucesso no Japão, usando trechos de músicas da banda. Eles não insistiram em músicas compostas especificamente para os comerciais. Lembro-me de um comercial para a Ready Brek, uma marca inglesa de cereal matinal, que ficou muito legal!

Na sua opinião, há algum álbum do The Toy Dolls que não recebeu a atenção que merecia? Se sim, por que você acha que isso aconteceu?

Sim, na verdade acho que todos receberam mais atenção do que deveriam! [risos]. Mas falando sério, o álbum "Anniversary Anthems" não recebeu muita atenção, porque as pessoas pensaram que era uma coletânea de grandes sucessos devido ao título! As músicas lá são realmente boas.

Além de celebrar os 40 anos da banda, este ano também marca 30 anos do álbum "Absurd-Ditties", correto? Que memórias você tem desse disco? Ele é considerado um dos destaques na sua discografia.

Sim, já se passaram 30 anos, não tinha percebido! Esse álbum acabou sendo um grande sucesso. Só percebemos que seria bom quando ouvimos as músicas prontas. Provavelmente é o nosso melhor álbum. Eu me envolvi muito na composição e produção. Só depois de um tempo percebi que era algo especial.

Deixe uma mensagem final para os fãs no Brasil e boa sorte na turnê!

Obrigado pela paciência e pela lealdade. Obrigado por falar de nós nas redes sociais. Mal podemos esperar para ver todos vocês novamente!